Apple revela recursos de acessibilidade com foco em implantes cerebrais e rastreamento ocular

Inovação com foco na inclusão

Em sua tradicional antecipação de atualizações antes da WWDC, a Apple anunciou em 7 de maio de 2025 uma série de novos recursos de acessibilidade que estarão disponíveis ainda este ano. A novidade mais comentada foi o desenvolvimento de suporte para dispositivos de controle por implantes cerebrais, uma iniciativa pioneira que pode revolucionar a forma como pessoas com deficiências motoras severas interagem com a tecnologia.

Segundo a empresa, esse recurso está sendo desenvolvido em parceria com centros de pesquisa e empresas especializadas em neurotecnologia e deve ser compatível com dispositivos da Apple por meio de APIs específicas, ainda em fase inicial de testes.

Novos recursos que chegam em 2025

Além do suporte futuro para interfaces neurais, os novos recursos de acessibilidade incluem:

👁️ Rastreamento ocular (Eye Tracking)

Usuários poderão navegar em iPhones e iPads apenas com o movimento dos olhos. A funcionalidade usa inteligência artificial e a câmera frontal para rastrear com precisão o olhar, permitindo controlar elementos da interface, abrir apps e até digitar com os olhos.

🗣️ Voz em tempo real (Live Speech aprimorado)

A função "Live Speech", já existente, foi aprimorada para permitir que pessoas com deficiência na fala criem atalhos personalizados com frases frequentes, tornando a comunicação mais fluida em chamadas, reuniões e interações sociais.

🤖 Atalhos personalizados por movimento (Motion Gestures)

Usuários com mobilidade limitada poderão acionar comandos personalizados apenas inclinando a cabeça ou fazendo gestos simples com o rosto. O recurso é configurável e aproveita os sensores dos dispositivos para interpretar movimentos como ações do sistema.

🧠 Atalhos cognitivos e suporte para TEA

Para usuários com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou deficiência intelectual, a Apple lançará uma nova interface simplificada no iOS, chamada Assistive Access, que reduz distrações visuais e organiza os apps em formatos mais acessíveis.

👂 Tato e audição: mais ajustes sensoriais

Haverá novas opções de feedback tátil e sonoro para facilitar o uso de aparelhos auditivos compatíveis com MFi (Made for iPhone), além de ajustes mais precisos de vibração, para usuários com baixa visão ou surdez.

Suporte a implantes cerebrais: o que se sabe até agora?

Embora ainda em fase preliminar, a Apple revelou que está trabalhando com protocolos de comunicação que possam ser usados por interfaces neurais — ou seja, dispositivos que leem sinais cerebrais para controlar máquinas.

Essa tecnologia é particularmente promissora para pessoas com tetraplegia, ELA (esclerose lateral amiotrófica) ou outras condições severas que impedem o uso dos membros. Com os avanços em neurociência e a crescente sofisticação de chips implantáveis, a Apple visa permitir que tais dispositivos possam operar elementos básicos do iOS no futuro.

Não foi revelada uma data oficial de lançamento, mas especialistas apontam que esse tipo de integração pode se tornar realidade na segunda metade da década, à medida que os testes clínicos avancem.

Compromisso com a acessibilidade

A Apple tem histórico de integrar acessibilidade ao design de seus produtos. Desde o VoiceOver até o controle por switch, os dispositivos da marca são considerados referência em acessibilidade nativa.

Tim Cook, CEO da empresa, afirmou que “a acessibilidade está no centro do que fazemos”. Segundo ele, “esses novos recursos foram desenvolvidos ouvindo diretamente pessoas com deficiência, para oferecer soluções reais e eficazes no dia a dia.”

O impacto dessas mudanças

Especialistas da área de tecnologia assistiva e inclusão destacaram o impacto positivo dos anúncios. Para Fernando Botelho, consultor da ONU em acessibilidade digital, “a Apple continua a liderar ao demonstrar que inovação e inclusão podem andar juntas”.

Grupos de defesa dos direitos das pessoas com deficiência também celebraram o anúncio. A associação norte-americana AbilityNet publicou nota elogiando a possibilidade de rastreamento ocular nativo em dispositivos móveis, chamando o recurso de “transformador para a autonomia de milhões”.

Acessibilidade como diferencial competitivo

Além do aspecto social, a acessibilidade também se tornou um diferencial competitivo no setor. Empresas que investem em tecnologia inclusiva não apenas atendem a um público mais amplo, como também reforçam sua imagem institucional.

Segundo dados do CDC (Centers for Disease Control and Prevention), cerca de 1 em cada 4 adultos nos EUA vivem com algum tipo de deficiência, o que representa um enorme contingente de consumidores. E a tendência é que o mercado global de tecnologia assistiva ultrapasse US$ 35 bilhões até 2030, segundo a Allied Market Research.

Perspectivas futuras

A introdução de suporte a implantes cerebrais, mesmo que ainda incipiente, representa uma visão ambiciosa da Apple em relação à tecnologia assistiva. A possibilidade de controlar um iPhone apenas com o pensamento — por meio de sinais neurais — era vista até pouco tempo atrás como ficção científica. Agora, está cada vez mais perto de se tornar realidade.

A expectativa é que a empresa divulgue mais detalhes durante a WWDC 2025, sua conferência anual para desenvolvedores, em junho.

Conclusão

A Apple mostra mais uma vez seu compromisso com a inclusão ao apresentar recursos inovadores de acessibilidade que vão desde ajustes sensoriais até o suporte para futuras interfaces neurais. A medida reforça a ideia de que a tecnologia deve ser projetada para todos, sem exceção.

Com essas inovações, a empresa não apenas melhora a vida de milhões de pessoas com deficiência, como também lidera o caminho para uma tecnologia cada vez mais humana e acessível.

Fontes principais:

• Apple Newsroom (7 de maio de 2025): https://www.apple.com/newsroom

• The Verge

• TechCrunch

• CDC – Centers for Disease Control and Prevention

• Allied Market Research

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Foto de Zhiyue no Unsplash