Embrapa lança protetor solar para plantas que reduz danos e aumenta produtividade

A Embrapa lança protetor solar para plantas que reduz queimaduras, melhora o uso da água nas lavouras e aumenta a produtividade agrícola. Conheça essa inovação.

CIÊNCIA

Equipe Spark News

5/6/20254 min ler

low-angle photography of green grass
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Inovação no campo: proteção contra o sol extremo

Com o avanço das mudanças climáticas e o aumento da radiação solar em diversas regiões agrícolas do Brasil, a necessidade de proteger as lavouras tornou-se urgente. Foi nesse cenário que a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) lançou uma solução inovadora: um protetor solar para plantas que promete reduzir danos causados pelo sol, otimizar o uso da água e melhorar a produtividade agrícola.

Desenvolvido por cientistas da Embrapa Meio Ambiente em parceria com outras unidades da instituição, o produto chega ao mercado com grande expectativa por parte de produtores de frutas e hortaliças, principalmente nas regiões mais secas e quentes do país.

Como funciona o protetor solar vegetal?

O produto é composto por partículas de origem mineral, naturais e atóxicas, que formam uma barreira física refletora sobre a superfície das folhas e frutos das plantas. Essa camada reduz a absorção de radiação solar nociva, especialmente no horário de maior incidência de raios ultravioleta (UV).

Além disso, o protetor contribui para manter a temperatura das plantas mais estável, reduzindo o estresse térmico e diminuindo a evapotranspiração, ou seja, a perda de água pelas folhas. Isso se traduz em melhor aproveitamento hídrico e menor necessidade de irrigação.

Segundo os pesquisadores, a aplicação é feita por pulverização foliar, como em um agrotóxico comum, mas sem os efeitos colaterais dos produtos químicos.

Principais benefícios do protetor solar da Embrapa

1. Redução de queimaduras solares

Culturas como maçã, manga, uva, limão, goiaba e outras frutas sensíveis ao sol podem sofrer com manchas, escurecimento e morte celular em partes expostas. O novo produto reduz drasticamente essas ocorrências.

2. Aumento da produtividade

Ao reduzir o estresse nas plantas e proteger os frutos contra danos solares, os agricultores observam uma melhor uniformidade, maior número de frutos viáveis e menos perdas na colheita.

3. Eficiência hídrica

A proteção contra a radiação também ajuda a conservar a água nas plantas. Estudos da Embrapa indicam redução de até 20% na necessidade de irrigação, o que representa economia significativa em regiões de escassez hídrica.

4. Segurança e sustentabilidade

O produto é natural, livre de contaminantes e seguro para o meio ambiente, podendo ser utilizado inclusive em cultivos orgânicos, desde que siga as diretrizes de certificação.

Resultados em campo: testes promissores

Em experimentos realizados em lavouras de manga no semiárido nordestino e de maçã no sul do Brasil, os resultados foram consistentes:

  • Redução de até 70% nas queimaduras solares em comparação com plantas sem o protetor.

  • Frutas com melhor coloração, peso e firmeza.

  • Aumento médio de 15% na produtividade total.

  • Melhor retenção de água nas folhas, especialmente nos períodos mais críticos de calor.

Esses dados foram divulgados em estudos técnicos da Embrapa e validados em parceria com universidades e produtores locais.

Aplicações práticas e uso nas lavouras

O protetor solar vegetal pode ser utilizado em diversas culturas, principalmente as de alta exposição ao sol, como:

  • Frutíferas (maçã, uva, manga, pêssego, goiaba, caqui)

  • Hortaliças (tomate, alface, pimentão)

  • Culturas permanentes (café, citros)

A aplicação deve ser feita de forma preventiva, em épocas de maior risco de exposição solar, geralmente no verão ou em períodos de estiagem. O produto permanece na planta por até 15 dias e pode ser reaplicado conforme a necessidade, sem comprometer a fotossíntese.

Tecnologia acessível para pequenos produtores

Outro ponto importante destacado pela Embrapa é o baixo custo do produto, o que o torna acessível inclusive a pequenos e médios produtores. Por ser feito com matérias-primas abundantes no Brasil, como minerais argilosos e carbonatos, o custo por hectare tratado é significativamente menor do que outras soluções no mercado internacional.

Além disso, a facilidade de aplicação e a compatibilidade com sistemas de manejo existentes tornam o protetor viável mesmo em propriedades com pouca mecanização.

Avanço contra os efeitos das mudanças climáticas

A iniciativa da Embrapa dialoga diretamente com os desafios da agricultura moderna, que precisa se adaptar a um clima cada vez mais instável. Altas temperaturas, estiagens prolongadas e radiação solar intensa colocam em risco a produtividade de lavouras em todo o mundo.

Neste contexto, o protetor solar vegetal é uma das tecnologias climáticas de mitigação, ou seja, ferramentas que ajudam o produtor a minimizar os impactos negativos das mudanças ambientais, mantendo a viabilidade econômica e a segurança alimentar.

Expansão e próximos passos

O produto já está em processo de licenciamento para produção em escala industrial por empresas do setor agrícola, com previsão de chegada ao mercado em larga escala nos próximos meses.

A Embrapa também estuda variantes do produto com maior tempo de permanência nas plantas e fórmulas específicas para determinadas culturas, como o café e a cana-de-açúcar.

Além disso, novos testes estão sendo realizados em parceria com instituições internacionais, com foco em exportar a tecnologia para países tropicais, especialmente da América Latina e África.

Conclusão

A criação de um protetor solar para plantas é mais um exemplo de como a ciência e a tecnologia podem trabalhar juntas para enfrentar os desafios atuais da agricultura. Com essa inovação, a Embrapa dá um passo importante na busca por soluções sustentáveis, eficazes e economicamente viáveis, que protegem as lavouras, reduzem desperdícios e melhoram a vida do produtor rural.

Ao proteger as plantas como protegemos nossa pele, o campo ganha mais produtividade, menos perdas e um futuro mais resiliente frente às mudanças climáticas.

Fonte: Portal Embrapa

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Foto de Ruan Richard Rodrigues no Unsplash