IBM substitui funcionários por IA e surpreende ao criar novas vagas estratégicas
A IBM demitiu milhares de funcionários ao adotar IA, mas o plano teve uma reviravolta: a mesma tecnologia gerou novas vagas estratégicas, transformando o cenário da empresa.
TECNOLOGIA
Equipe Spark News
5/17/20254 min ler
IBM substitui milhares por IA, mas reverte cenário com novas contratações estratégicas
Introdução
A IBM, uma das gigantes globais da tecnologia, implementou uma estratégia ousada: substituir milhares de funcionários por sistemas baseados em inteligência artificial (IA) com o objetivo de cortar custos e otimizar processos internos. No entanto, o que parecia uma tendência irreversível acabou tomando um rumo inesperado. A própria tecnologia que motivou as demissões passou a exigir novas competências, gerando vagas em áreas antes inexistentes. O ciclo de reestruturação provocou uma transformação no modelo de negócios da companhia e reacendeu o debate sobre os limites e oportunidades da automação.
A decisão inicial: cortar custos e aumentar eficiência
No início de 2023, a IBM anunciou que pretendia substituir cerca de 7.800 funcionários por soluções de inteligência artificial e automação. A medida fazia parte de uma ampla iniciativa de reestruturação organizacional, voltada para aumentar a eficiência operacional e reduzir custos administrativos — especialmente em setores como recursos humanos, finanças e atendimento ao cliente.
Segundo Arvind Krishna, CEO da IBM, “a automação de funções repetitivas é inevitável”, e a empresa se comprometeria a realocar recursos para áreas de inovação tecnológica. A expectativa era que a adoção de IA reduzisse consideravelmente os gastos com folha de pagamento e acelerasse a tomada de decisões por meio de algoritmos preditivos e ferramentas analíticas avançadas.
Impactos imediatos: desligamentos e ganhos de produtividade
Com a implementação da inteligência artificial em setores administrativos, houve ganhos significativos em produtividade. Ferramentas como chatbots, processamento automatizado de documentos e análise de dados em tempo real permitiram que diversos fluxos de trabalho se tornassem mais ágeis e menos dependentes de recursos humanos.
No entanto, as demissões também trouxeram críticas. Sindicatos e especialistas em mercado de trabalho alertaram para o risco de desumanização e perda de empregos em escala. Organizações como a Future of Life Institute defenderam que o uso indiscriminado da IA poderia aprofundar desigualdades sociais se não houvesse um plano de reconversão profissional.
A reviravolta: IA impulsiona novas contratações
Surpreendentemente, após meses de adaptação, a própria inteligência artificial revelou novas necessidades operacionais. A IBM identificou lacunas em áreas como segurança cibernética, governança de dados, desenvolvimento de modelos de IA ética e engenharia de confiabilidade de sistemas — setores que exigem alta qualificação técnica e supervisão humana constante.
Em meados de 2024, a empresa anunciou a criação de mais de 3.500 vagas em áreas estratégicas diretamente relacionadas à IA. As contratações visavam profissionais especializados em machine learning, engenharia de dados, análise de risco, design de experiência do usuário e compliance digital. Ou seja, os desligamentos causados pela automação foram parcialmente compensados por oportunidades em novos campos.
Transição de competências: a nova demanda por talentos
A IBM também lançou programas internos de requalificação (reskilling) e capacitação de funcionários remanescentes para atender à nova demanda técnica. A iniciativa foi batizada de “SkillsFirst” e ofereceu treinamentos intensivos em inteligência artificial generativa, ciência de dados e gestão de plataformas digitais.
A estratégia serviu para fortalecer a cultura de inovação dentro da empresa e manter profissionais experientes na transição digital. De acordo com dados internos, cerca de 1.200 ex-funcionários optaram por retornar à IBM após passarem pelos novos programas de formação.
Reflexos no mercado: outras empresas seguem o exemplo
A reviravolta da IBM chamou a atenção de outras empresas de tecnologia. Gigantes como Google, Amazon e Microsoft passaram a adotar estratégias similares, combinando automação com investimentos em áreas humanas da IA, como ética, transparência algorítmica e responsabilidade legal.
O caso da IBM se tornou uma referência global sobre como equilibrar inovação tecnológica com responsabilidade social, mostrando que a inteligência artificial não precisa ser apenas um mecanismo de corte, mas também uma alavanca de crescimento.
Desafios futuros: regulação e ética
Apesar do impacto positivo da reestruturação híbrida, a IBM — assim como outras corporações — ainda enfrenta desafios na regulação do uso da IA. O avanço tecnológico tem ultrapassado a velocidade das legislações, e cresce a pressão para que empresas estabeleçam padrões éticos para o uso de algoritmos que tomam decisões em nome dos seres humanos.
A União Europeia, por exemplo, está prestes a aprovar a Lei de Inteligência Artificial (AI Act), que poderá exigir que empresas como a IBM cumpram normas mais rígidas em relação à transparência e supervisão.
Conclusão: a IA como aliada da inovação, não inimiga do emprego
O caso da IBM revela uma faceta menos comentada da inteligência artificial: seu potencial não apenas para substituir, mas para gerar empregos qualificados em novos setores. A adoção estratégica da IA pode, quando bem conduzida, criar oportunidades e transformar modelos de negócio com responsabilidade.
A chave está no equilíbrio entre automação e investimento em capital humano. A revolução digital não precisa ser sinônimo de desemprego em massa — ela pode, ao contrário, ser uma ponte para o futuro do trabalho.
Fonte principal da notícia: Bloomberg Technology - Forbes
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Foto de Carson Masterson no Unsplash
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