Rover da NASA observa aurora em Marte visível a olho nu pela primeira vez

Rover da NASA observa aurora em Marte visível a olho nu pela primeira vez. Descubra os detalhes dessa descoberta inédita e o que ela revela sobre o Planeta Vermelho.

CIÊNCIA

Equipe Spark News

5/16/20254 min ler

Rover da NASA observa aurora em Marte
Rover da NASA observa aurora em Marte

Rover da NASA observa aurora em Marte em luz visível pela primeira vez

 A NASA anunciou uma descoberta surpreendente feita pelo rover Curiosity em Marte: a observação inédita de uma aurora visível a olho nu na atmosfera marciana. Este feito marca a primeira vez em que uma aurora em Marte foi registrada em luz visível por um instrumento na superfície do planeta, revelando novas dimensões sobre o comportamento atmosférico e magnético do Planeta Vermelho.

Uma aurora marciana inédita

 Auroras são fenômenos luminosos que ocorrem quando partículas carregadas provenientes do Sol interagem com campos magnéticos e atmosferas planetárias. Na Terra, essas luzes são comuns nas regiões polares e se apresentam em cores vibrantes. Em Marte, embora auroras tenham sido observadas antes, elas eram registradas apenas em comprimentos de onda ultravioleta, invisíveis ao olho humano.

 Desta vez, a aurora foi capturada em luz visível, o que surpreendeu a comunidade científica. As imagens e medições foram feitas pelo Curiosity, utilizando seu sistema de câmeras Mastcam, além de instrumentos atmosféricos especializados.

Como o fenômeno foi detectado

 A detecção ocorreu durante um período de intensa atividade solar, em que tempestades solares enviaram ondas de partículas carregadas em direção a Marte. Sem uma magnetosfera global como a da Terra, Marte é mais vulnerável a essas partículas, que conseguem atingir diretamente sua atmosfera, desencadeando fenômenos como auroras.

 De acordo com cientistas da NASA, a aurora foi observada como um brilho esverdeado tênue próximo ao horizonte marciano, visível durante a noite local. Este brilho foi registrado em múltiplas imagens ao longo de algumas horas, o que permitiu aos pesquisadores confirmar que não se tratava de um artefato óptico ou erro de detecção.

O que diferencia uma aurora marciana da terrestre

 Ao contrário da Terra, que possui uma magnetosfera global que canaliza as partículas solares para os polos, Marte tem apenas campos magnéticos remanescentes em regiões específicas da crosta. Isso faz com que as auroras marcianas ocorram de forma esparsa e imprevisível, sem um padrão polar bem definido.

 A luz visível detectada pelo Curiosity é provavelmente resultado da interação entre partículas solares e dióxido de carbono na atmosfera marciana, que emite um brilho tênue quando excitado. Este mecanismo difere ligeiramente das auroras terrestres, que geralmente envolvem o oxigênio e o nitrogênio da atmosfera terrestre.

Implicações para a exploração de Marte

 Esta descoberta traz implicações importantes para a ciência planetária e para futuras missões humanas a Marte. O estudo das auroras ajuda os cientistas a entender melhor a interação entre o Sol e a atmosfera marciana, além de fornecer pistas sobre a evolução do campo magnético do planeta.

 Auroras também servem como indicadores naturais da atividade solar e podem auxiliar no monitoramento de radiação, um fator crítico para missões tripuladas. Compreender como e onde essas auroras ocorrem permitirá que os engenheiros da NASA desenvolvam melhores estratégias de proteção para astronautas em missões futuras.

Tecnologia envolvida na descoberta

 O instrumento responsável pela captação das imagens foi a Mastcam do Curiosity, equipada com sensores de alta sensibilidade capazes de operar em baixa luminosidade. A NASA também utilizou dados do espectrômetro REMS (Rover Environmental Monitoring Station) para analisar as variações atmosféricas durante o evento.

 Além disso, satélites em órbita marciana, como o MAVEN (Mars Atmosphere and Volatile EvolutioN), auxiliaram na análise complementar, observando o mesmo fenômeno em espectros diferentes, especialmente no ultravioleta.

Colaboração internacional

 A descoberta também contou com o apoio de universidades e centros de pesquisa fora dos Estados Unidos, incluindo instituições da Europa e do Canadá. Cientistas do Instituto de Ciências Planetárias da Espanha contribuíram na análise espectral da aurora, enquanto a Agência Espacial Canadense forneceu suporte técnico em modelagem atmosférica.

 Essa colaboração internacional ressalta a importância do trabalho conjunto na exploração espacial, e mostra como uma descoberta feita por um rover em solo marciano pode mobilizar cientistas ao redor do mundo.

Desdobramentos futuros

 A NASA planeja intensificar a observação do céu noturno marciano em busca de novos episódios de auroras visíveis. O rover Perseverance, que opera em outra região de Marte, já está sendo programado para realizar observações similares com seus próprios instrumentos ópticos.

 Além disso, missões futuras como a Mars Sample Return poderão trazer amostras da atmosfera para análise em laboratórios terrestres, o que permitiria confirmar com precisão os elementos químicos responsáveis pela emissão luminosa detectada.

Repercussão na comunidade científica

 A observação da aurora em luz visível causou grande entusiasmo entre astrônomos e pesquisadores planetários. Para Jim Green, cientista-chefe aposentado da NASA, “ver uma aurora em Marte como a veríamos na Terra é uma janela inédita para um planeta que ainda guarda muitos mistérios”.

 Revistas científicas como Nature Astronomy e Science já estão preparando artigos revisados por pares sobre a descoberta, que deve inspirar novas linhas de pesquisa sobre magnetismo residual e dinâmica atmosférica em planetas com atmosferas rarefeitas como Marte.

Conclusão

 A primeira observação de uma aurora visível em Marte pelo rover Curiosity representa um marco na história da exploração espacial. Não apenas confirma a capacidade de detectar fenômenos complexos com tecnologia robótica avançada, como também oferece novas perspectivas sobre as condições atmosféricas de Marte, que continuam a intrigar cientistas mesmo após décadas de estudo.

 Essa descoberta reforça a importância de missões contínuas e bem equipadas na superfície de outros planetas e abre caminho para compreensões mais profundas sobre o clima espacial, a habitabilidade de Marte e os desafios de futuras missões humanas ao planeta vizinho.

Fonte: NASA Jet Propulsion Laboratory

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